Tenho e tenho-me ocupado bastante neste últimos dias. Isso levou-me a algum distanciamento perante este fenómeno recorrente que é a ausência de ordem pública no bairro da Bela Vista, entre outros. A grande diferenciação deste fenómeno não foi a sua singularidade mas a sua amplitude. Proponho para isto, uma análise esquemática.
As particularidades deste bairro facilmente permitem dois tipos de abordagem, a metódica e a estereotipada. Ora metodicamente, o que se passa nesse e noutros bairros são um conjunto de inúmeras insuficiências de cariz educacional, social, económico e urbanístico. Ir à raiz destes problemas levaria a uma resolução, ou minoração, dos mesmos. Discutir a forma de intervenção é eminentemente uma visão de curto prazo, que castiga um Ministro da Administração Interna que, a ser exíguo na sua actuação, deveria ter sido criticado pela política anteriormente seguida. Convenhamos que poucos são os que percebem como se faz a actuação policial num cenário de guerrilha urbana e perder o nosso tempo nesse âmbito, ampliará uma sensação ingénua de repressão, majorando o problema.
Posto isto, partamos a fundo na análise do tecido social compósito destes nichos habitacionais. Falando nós de bairros sociais, esses majestáticos centros de acção social da “Esquerdalha”, falamos de locais de habitação onde se concentra população carenciada, muitas das vezes enredada no labiríntico abandono escolar precoce, sem percepção de futuro e motivada para o carreirismo criminal. Nesta equação é preciso perceber que o delito é a corolário óbvio, levando o ónus do crime ao seu autor, bem como aos responsáveis pela elaboração do modelo urbanístico do “Bairro Social”. É que mesmo aquele que, sendo cidadão exemplar, é despejado para um Bairro Social, acaba brutalmente impelido à vida do crime e da desordem. Neste caso, lembro-me da inocência com que uma criança nasce aleatoriamente num local ou noutro. O problema da marginalidade é recorrente e a frágil ideia de reintegração ou de segunda oportunidade, transformada em casa gratuita que as políticas torpes de Esquerda motivaram, só denota a incapacidade política de resolver o problema na justa medida do betão.
Desprovidos de educação familiar e escolar, tornam-se frequentes cópias dos pais. Tornam-se aquilo que a mediocridade política julgava extinguir pelo gueto mas que apenas multiplicou. Como qualquer alfobre patológico, a atrofia social que aqui se cria cresce na exclusão, proporcionando o desemprego, o afogo económico e a consequente revolta, mais visível em tempos de crise económica.
Exploradas as insuficiências procuremos as iniludíveis causas. Façamo-lo na justeza que impele à resolução do problema e sem a caça às bruxas que atordoa a razão. Aqui participo da opinião de Vasco Polido Valente. A falência moral e o desprimor político de uma sociedade fortemente desigual reveste de razão a revolta. Chego até a pensar, não fosse o protesto desordeiro, na evidente justeza da causa. Tudo acompanhado por sucessivos governos que desprezam a luta contra a desigualdade, arrebatam munícipes com bonitos bairros sociais e limitam a discussão à questão da emigração. Tudo o que os sucessivos governos fazem, passa ao lado desta gente mortificada de miséria e envaidecida no crime.
Por isso impõem-se, mais do que um potente aparato policial, impõem-se um Fontes Pereira de Melo ou um Marquês de Pombal. Impõem-se um político pensante, estratega e com tempo para desenvolver um projecto de integração, incentivo, igualdade e luta séria contra a criminalidade. Para que não se oiça: "Filho, não passes por aí, vai à volta."
As particularidades deste bairro facilmente permitem dois tipos de abordagem, a metódica e a estereotipada. Ora metodicamente, o que se passa nesse e noutros bairros são um conjunto de inúmeras insuficiências de cariz educacional, social, económico e urbanístico. Ir à raiz destes problemas levaria a uma resolução, ou minoração, dos mesmos. Discutir a forma de intervenção é eminentemente uma visão de curto prazo, que castiga um Ministro da Administração Interna que, a ser exíguo na sua actuação, deveria ter sido criticado pela política anteriormente seguida. Convenhamos que poucos são os que percebem como se faz a actuação policial num cenário de guerrilha urbana e perder o nosso tempo nesse âmbito, ampliará uma sensação ingénua de repressão, majorando o problema.
Posto isto, partamos a fundo na análise do tecido social compósito destes nichos habitacionais. Falando nós de bairros sociais, esses majestáticos centros de acção social da “Esquerdalha”, falamos de locais de habitação onde se concentra população carenciada, muitas das vezes enredada no labiríntico abandono escolar precoce, sem percepção de futuro e motivada para o carreirismo criminal. Nesta equação é preciso perceber que o delito é a corolário óbvio, levando o ónus do crime ao seu autor, bem como aos responsáveis pela elaboração do modelo urbanístico do “Bairro Social”. É que mesmo aquele que, sendo cidadão exemplar, é despejado para um Bairro Social, acaba brutalmente impelido à vida do crime e da desordem. Neste caso, lembro-me da inocência com que uma criança nasce aleatoriamente num local ou noutro. O problema da marginalidade é recorrente e a frágil ideia de reintegração ou de segunda oportunidade, transformada em casa gratuita que as políticas torpes de Esquerda motivaram, só denota a incapacidade política de resolver o problema na justa medida do betão.
Desprovidos de educação familiar e escolar, tornam-se frequentes cópias dos pais. Tornam-se aquilo que a mediocridade política julgava extinguir pelo gueto mas que apenas multiplicou. Como qualquer alfobre patológico, a atrofia social que aqui se cria cresce na exclusão, proporcionando o desemprego, o afogo económico e a consequente revolta, mais visível em tempos de crise económica.
Exploradas as insuficiências procuremos as iniludíveis causas. Façamo-lo na justeza que impele à resolução do problema e sem a caça às bruxas que atordoa a razão. Aqui participo da opinião de Vasco Polido Valente. A falência moral e o desprimor político de uma sociedade fortemente desigual reveste de razão a revolta. Chego até a pensar, não fosse o protesto desordeiro, na evidente justeza da causa. Tudo acompanhado por sucessivos governos que desprezam a luta contra a desigualdade, arrebatam munícipes com bonitos bairros sociais e limitam a discussão à questão da emigração. Tudo o que os sucessivos governos fazem, passa ao lado desta gente mortificada de miséria e envaidecida no crime.
Por isso impõem-se, mais do que um potente aparato policial, impõem-se um Fontes Pereira de Melo ou um Marquês de Pombal. Impõem-se um político pensante, estratega e com tempo para desenvolver um projecto de integração, incentivo, igualdade e luta séria contra a criminalidade. Para que não se oiça: "Filho, não passes por aí, vai à volta."
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