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"... jurou cortar o nariz e as orelhas a Caifás e a Pilatos, se um dia encontrasse semelhantes patifes."

"Nesse livro não se dizia que apóstolo algum se tivesse confessado, o que o tornava contumaz."

"O jesuíta, pessoa muito sábia, dissera-lhe que era um santo que fizera doze milagres; mas que o décimo terceiro valia bem os doze outros, embora não fosse próprio de um jesuíta falar nele: numa só noite fizera mulheres cinquenta donzelas."

"É bem mais fácil batermo-nos contra os Ingleses na Baixa-Bretanha do que encontrarmos em Versalhes as pessoas com quem queremos falar."

"...toda a secreção faz bem ao corpo e tudo o que alivia o corpo alivia a alma; nós somos as máquinas da Providência."

"...sempre observei que todos os grandes pesares eram filhos de uma cupidez imoderada."


Citações de O Ingénuo de Voltaire

Um dos poucos romances de Voltaire, ainda que de carácter vincadamente filosófico como a generalidade da sua obra. Sátira cómica que suporta o tom inconveniente que pautou Voltaire, talvez mais do que qualquer outro iluminista francês. Deslinda com precisão histórica a perseguição dos Jesuítas aos Huguenotes e Jansenistas, bem como os costumes jocosos da corte de Versalhes no reinado de Luís XIV e que se estenderão até Luís XVI. Enreda um romance entre um homem Hurão (índio do Canadá) e a linda Saint-Yves, francesa casta e de incorruptível moral. Deste romance Voltaire aproveita a personagem do Hurão, o Ingénuo, para examinar filosóficamente a natureza do raciocínio e o constrangimento social. Com um fim extraordinário e imprevisível, suporta a tese de que, por muitos acontecimentos que sucedam, o tempo tudo arrasta tornando os actos bons e maus apenas interinos. Imperdível para quem aprecia a avaliação filosófica da corrupção humana.

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