Ás coisas minhas que perdi

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Tenho coisas minhas que perdi... É esta a dor de Lisboa. A minha dor de Lisboa.
Quero que tudo o que tenha deixado, seja hoje mais "ter" do que "tido". São coisas concretas que fazem falta... Tenciono, logo após a libertação que espero seja em finais de Junho, desenvolver actividades egoístas...
Eu quero fazer uma coisa muito "monarquia século XVII" e ir passar o Verão, se me for possível, ao "Palácio de Verão". Pombal. Nem mais, nem menos. Tenciono ir à Figueira da Foz, se a Figueira da Foz não vier a Pombal... Tenciono ser assíduo do Scó. Tenciono esgravatar o máximo possível por uma inteligente discussão nocturna. Tenciono viver o Bodo. Tenciono espreitar o Regato. Tenciono jogar FM durante toda a noite. Tenciono escrever muito, se possível, recuperar o tempo perdido. Tenciono voltar a Lisboa sempre que desejável. Tenciono conhecer o Verão de Vila Nova da Barquinha porque lá tenho o Amor que acompanharei sempre nas férias, como faço sempre.
Para actividades diplomáticas, tenho a de mostrar aos meus amigos e companheiros de sempre, que estou como sempre estive, e estarei, fiel. Hoje em dia, tenho medo que alguns duvidem e pensem que me esqueci...
Mas talvez o grande objectivo que planeio para as férias, é ser feliz e despreocupado. A receita resume-se a uma frase: fazer de mim o sorriso dos que amo.

Aos inevitáveis presentes caminhos, rumo ao futuro incerto

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Serão lentos e penosos os caminhos que passamos até ao futuro. Contudo com destino, sem que seja à vista, lá. É dessa certeza que queremos ter para connosco, que acreditamos nas linhas do horizonte, mesmo tão ao longe. Dizemos que para lá, algo está. E corremos atrás.
Para lá caminhando então...
Ate já

Bandos de actividade

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Vêem em bandos cansados,
As aves velhas da imaginação.

Estão decorados os parceiros,
Os caminhos parecem mais distantes…

O céu é a Razão,
Talvez nada a devesse abalar,
Ou se abalo houvesse,
Que fosse arrebatador,
Me levasse à loucura,
E a imaginação era bem mais,
Que bandos cansados e iguais.

Nenhuma andorinha morre,
No céu azul.
Deixem-nas brincar soltas,
Riscando ao de leve os pensamentos,
Seduzindo os encantos e fantasias.
E no meio das danças no céu,
Perdem-se algumas das mais belas.

Deixai-as ir – diz quem sabe de pensamentos;
Que quando eles se vão sou feliz.

Aiiii… Como tinha eu tantas mais andorinhas,
Quando chovia demais…

Talvez mais pensamentos, formas e estados.
Mas a vida é Verão,
As andorinhas não pousam no meu espírito.


Pedro Carvalho 15/05/07

Princípios tirados de relance

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Estava numa varanda da minha verdadeira casa, e sentindo uma paz que me sabe cada vez melhor, foi talvez fecundo, o tempo em que lá me mantive. Isto porque, escrevi num curto momento, e sem duvidar, o seguinte pensamento que passo a transcrever.

Nunca serei capaz de retirar uma conclusão genérica da vida. Muitos proferem-nas e não os acuso de arrogância, o erro está, no facto da generalização ser uma das bases do erro. Há sempre outra via. Como também esta conclusão não é genérica, e dado que não me quero contradizer, a primeira palavra "nunca", é também um erro. Assim, creio que todas as conclusões são futuros erros históricos. Isso é evolução. E mesmo que a fé consiga revestir-se de uma validade genérica perante o crente, é apenas um erro de diferente índole. Neste, não existe a possibilidade de provar que é um erro, apenas porque se baseia em princípios de existência de generalidades, que também elas só não são falsas, porque nunca chegaram a ser verdades absolutas, dado carecerem de prova.
Poderão acusar-me de esquivar-me à questão da fé, pois esta não estará ligada à dúvida, mas sim ao dogma. Contudo, ao aceitar um dogma, está-se de forma mais ou menos consciente, a negar a procura de uma tal verdade genérica, mesmo que seja apenas terrena, da qual tudo se procura revestir.
Terá o Homem Verdades genéricas? Não. Seriam necessárias? De certo.
Mas eu não baseio qualquer possibilidade de generalização em bases incertas como a fé, para chegar a uma qualquer Verdade, dessas que se pretendem genéricas ou absolutas.


Apenas uma opinião, que tento que seja sustentada e de postura auto-crítica. Na verdade, se nada é genérico e aplicável sempre, também esta opinião não o será.