Um Congresso rosa aos apagões

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Parto para este curto comentário com a sensação com que todos saíram de Espinho, ainda que não estando por lá: entre o pouco e o mais do mesmo. O pouco porque do muito que se falou, nós povo anónimo, cremos em muito pouco. O mais do mesmo porque não se esperava outra coisa. Em ambos os casos a culpa não é exclusiva do PS, mas é também em certa medida do PS. É muito difícil converter o descrédito, mas a apoteose de um com Congresso é um bom lugar para tentar.

Sem nada de partidário verdadeiramente a debater, Sócrates tinha de se lançar politicamente. Abriu mal, fechou bem e pelo meio ainda lançou um Freelancer. Não deu grandes ideias e nem foi o protagonista a defender a sua Moção. Valeu-lhe António Costa que mascarou os momentos menos bons com tiradas para os media repetir, sobretudo na crítica à esquerda. No discurso de encerramento Sócrates atacou com nível o PSD e o discurso pareceu mais sincero com o problema no teleponto. Curiosidades…

Manuel Alegre marcou pela ausência, qual jovem rebelde! Contudo a sua posição foi recta, e a única digna do seu comportamento, passado e presente. Ainda vai sendo um estandarte de uma posição. Quer se goste quer não, falta a muitos a “espinha” deste histórico socialista.

Por último Vital Moreira, uma meia surpresa para os mais atentos. A proximidade era séria de há uns tempos para cá, eis uma excelente razão para ela. Ideias europeias é coisa de que não se falou, daí ser um ilustre desconhecido para as eleições europeias. Espero que deixe o seu intelecto para as propostas e não para as auto proclamações narcisistas com que se deixou enlear numa entrevista à saída da Nave de Espinho.

Deixo como nota final o apontamento que é mais importante: por regra não se tiram grandes conclusões destes ajuntamentos. Ideias é sempre coisa para analisar no detalhe e não nas festanças partidárias.

2 horizontes dispersos:

Miguel disse...

Os congressos são os ajuntamentos, nos quais os partidos discutem a sua vida interna. A conjuntura do partido neste momento é que não permite mais. Os congressos sempre foram conhecidos pelo debate de ideias e pela oportunidade de outros menos conhecidos se exprimirem no seio do seu partido.

Mesmo assim, este congresso só não foi completamente monótono, graças ao anúncio do socialista freelancer para as europeias.

João Gante disse...

Sinceramente, prefiro mil vezes os congressos do PSD. Mesmo com peixeirada, são verdadeiramente plurais. À bruta.

Desde o tempo de Guterres que os ajuntamentos do PS são grandes altares para os amados líderes. Haja pachorra para mais fins de semanas destes.