Quando alguns põem a questão em “O que é a Campanha Negra?” e outros fazem julgamentos irresponsáveis donde eu não descortino fundamento, eu coloco a questão num panorama intermédio. O que pode ser a “Campanha Negra”? Antes de mais gostaria de declarar que não tenho qualquer informação privilegiada, pelo que, sigo as mais elementares regras do Estado de Direito: não considero José Sócrates culpado até transitado em julgado no Caso Freeport (caso onde nem sequer é arguido), nem declaro peremptoriamente que a TVI e o jornal Público (tal como disse Arons de Carvalho) praticam um jornalismo que se possa intitular de "Campanha Negra". Os mais ingénuos estarão porventura a perguntarem-se o porquê de discutir Freeport nesta publicação. A razão é simples, ou tudo isto é verdade e todos têm de ser investigados levando os culpados à condenação, ou muito jornalista deveria pensar o amor que têm à sua filiação profissional, sob pena de lhe ser justíssimo usurpar o direito de trabalhar na área. Apesar disto, temo que nada seja feito em nenhum dos dois lados da barricada.
Entrando de facto na questão, gostaria de tecer algumas considerações acerca do “Jornal de Sexta” da TVI. A discussão central parece-me que seja o conceito de jornalismo (ao qual o Código Deontológico dará uma tremenda ajuda), o conceito de dignidade no seu sentido mais lato e o valor da verdade no âmbito civil. Estes três pilares, a meu ver, constituem o suficiente para termos um bom acto jornalístico. Ao ver um “Jornal de Sexta” da TVI, munido de um Código Deontológico, a forma como as notícias são apresentadas parecem-me violar o artigo primeiro em toda a sua extensão, violar o segundo na medida do sensacionalismo, violar o quarto ao divulgar fugas ao segredo de justiça e ao violar o sétimo quando ainda que de forma subliminar, se dá um "tratamento de culpado" a arguidos ou até mesmo suspeitos. Esta interpretação, ainda que discutível, é de difícil refutação especialmente nos primeiros dois artigos. Em segundo lugar analisemos a dignidade dos actos jornalísticos do referido noticiário. Este ponto é importante porque considero que todo o acto nobre, e o jornalismo é um desses exemplos, implica ser praticado com dignidade. Reforço esta posição com a observação de que sendo o jornalismo um acto eminentemente público, ele tem uma componente moralizadora, e como tal, implica a obrigatoriedade do “Bom Exemplo” onde a Dignidade tem de caber. Existe uma cada vez menos indelével e cada vez mais assumida tendência para os actos persecutórios em Portugal. E se quando as imoralidades são feitas às claras têm a vantagem de ser identificáveis, ao mesmo tempo mostram uma perturbante realidade: a imoralidade já não choca. Culpados? Os praticantes de actos imorais e os praticantes do jornalismo imoral. O último ponto refere-se ao valor da Verdade na sociedade. Este valor é claramente sensível ao comportamento da comunicação social, uma vez que ela desempenha um papel de relevo na difusão da informação verdadeira e isenta. Na apreciação deste último ponto, deixo ao critério do leitor as considerações.
Tal como escrevi noutras paragens a “Campanha negra" é a acusação real ou ficcional de um acto infame praticado por um ou mais jornalistas. Infame porque, a ser verdade, viola o código deontológico que orienta o profissional, e infame porque, a ser verdade, se trata de um ataque pessoal danoso que só por si constitui crime. Mais acrescento que sendo a suposta vítima representante de cargo público, atenta-se contra o bom nome das instituições públicas. Não vos vou dar a minha convicção. Todos nós temos as nossas convicções à cerca do caso Freeport e da “Campanha Negra” que é uma espécie de cabala ou verdade contra posta à primeira, mas o impacto das mesmas começa a ser tão facilmente convertível em “lei de praça” que começa a ser um acto de irresponsabilidade divulgar o que pensamos a este respeito. Isto é tremendo em Democracia! É-o porque mostra a fragilidade da formação cívica do povo que facilmente se deixa conduzir por estas historietas e é-o porque essa mesma fragilidade é o cerne da opressão! Aos que me acharem desmesurado observem que o mais apto para a função pública é, entre outras coisas, o homem consciencioso. Ora, esse mesmo homem, perante o clima presente, vai-se negar a omitir uma opinião que numa sociedade civilizada seria apenas uma opinião mas que aqui, no burgo tacanho e ignorante, é a tão temível “lei de praça” com que iniciei este parágrafo.
Saúdo a boa Comunicação Social, saúdo-a tanto que mesmo não concordando em absoluto, admiro a frase de Thomas Jefferson: “Se pudesse decidir se devemos ter um governo sem jornais ou jornais sem governo, não vacilaria um instante em preferir o último”. Contudo, por perceber o incomensurável contributo dos media para a construção de sociedades Democráticas, penso que devemos ter atenção aos efeitos perversos de uns maus media, como as de um qualquer político corrupto.
Entrando de facto na questão, gostaria de tecer algumas considerações acerca do “Jornal de Sexta” da TVI. A discussão central parece-me que seja o conceito de jornalismo (ao qual o Código Deontológico dará uma tremenda ajuda), o conceito de dignidade no seu sentido mais lato e o valor da verdade no âmbito civil. Estes três pilares, a meu ver, constituem o suficiente para termos um bom acto jornalístico. Ao ver um “Jornal de Sexta” da TVI, munido de um Código Deontológico, a forma como as notícias são apresentadas parecem-me violar o artigo primeiro em toda a sua extensão, violar o segundo na medida do sensacionalismo, violar o quarto ao divulgar fugas ao segredo de justiça e ao violar o sétimo quando ainda que de forma subliminar, se dá um "tratamento de culpado" a arguidos ou até mesmo suspeitos. Esta interpretação, ainda que discutível, é de difícil refutação especialmente nos primeiros dois artigos. Em segundo lugar analisemos a dignidade dos actos jornalísticos do referido noticiário. Este ponto é importante porque considero que todo o acto nobre, e o jornalismo é um desses exemplos, implica ser praticado com dignidade. Reforço esta posição com a observação de que sendo o jornalismo um acto eminentemente público, ele tem uma componente moralizadora, e como tal, implica a obrigatoriedade do “Bom Exemplo” onde a Dignidade tem de caber. Existe uma cada vez menos indelével e cada vez mais assumida tendência para os actos persecutórios em Portugal. E se quando as imoralidades são feitas às claras têm a vantagem de ser identificáveis, ao mesmo tempo mostram uma perturbante realidade: a imoralidade já não choca. Culpados? Os praticantes de actos imorais e os praticantes do jornalismo imoral. O último ponto refere-se ao valor da Verdade na sociedade. Este valor é claramente sensível ao comportamento da comunicação social, uma vez que ela desempenha um papel de relevo na difusão da informação verdadeira e isenta. Na apreciação deste último ponto, deixo ao critério do leitor as considerações.
Tal como escrevi noutras paragens a “Campanha negra" é a acusação real ou ficcional de um acto infame praticado por um ou mais jornalistas. Infame porque, a ser verdade, viola o código deontológico que orienta o profissional, e infame porque, a ser verdade, se trata de um ataque pessoal danoso que só por si constitui crime. Mais acrescento que sendo a suposta vítima representante de cargo público, atenta-se contra o bom nome das instituições públicas. Não vos vou dar a minha convicção. Todos nós temos as nossas convicções à cerca do caso Freeport e da “Campanha Negra” que é uma espécie de cabala ou verdade contra posta à primeira, mas o impacto das mesmas começa a ser tão facilmente convertível em “lei de praça” que começa a ser um acto de irresponsabilidade divulgar o que pensamos a este respeito. Isto é tremendo em Democracia! É-o porque mostra a fragilidade da formação cívica do povo que facilmente se deixa conduzir por estas historietas e é-o porque essa mesma fragilidade é o cerne da opressão! Aos que me acharem desmesurado observem que o mais apto para a função pública é, entre outras coisas, o homem consciencioso. Ora, esse mesmo homem, perante o clima presente, vai-se negar a omitir uma opinião que numa sociedade civilizada seria apenas uma opinião mas que aqui, no burgo tacanho e ignorante, é a tão temível “lei de praça” com que iniciei este parágrafo.
Saúdo a boa Comunicação Social, saúdo-a tanto que mesmo não concordando em absoluto, admiro a frase de Thomas Jefferson: “Se pudesse decidir se devemos ter um governo sem jornais ou jornais sem governo, não vacilaria um instante em preferir o último”. Contudo, por perceber o incomensurável contributo dos media para a construção de sociedades Democráticas, penso que devemos ter atenção aos efeitos perversos de uns maus media, como as de um qualquer político corrupto.
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