Os prémios Nobel foram brutalmente politizados este ano! Se a galardoação de Herta Muller parece apenas ser explicável pela temática anti-comunista da sua obra (que em Portugal é curta e até agora inexpressiva, o que não é necessariamente mau), já a distinção de Obama para prémio Nobel da Paz é uma subserviência descarada.
Ainda que pouco conhecida, Herta Muller é já uma pluri-galardoada. Ganhou inúmeros prémios na Alemanha e é multifacetada, escrevendo tanto em prosa como em verso.
Já Obama não é galardoado nem internacionalmente reconhecido pela paz conseguida, só pela tentada, e de forma algo difusa diga-se. Mas ao contrário de Herta Muller é um fenómeno mediático quase sem precedentes. Bem sei que a exposição mediática de um escritor é sempre menorizada face á de um político. Mas a questão é saber, até que ponto algum homem, por mais divino que seja o seu magistério, consegue arquitectar uma Pax Romana em 8 meses de mandato. E esforço por esforço, há muitos homens a tentar à bem mais tempo.
Nota: Não contesto o pacifismo da figura, apenas o timing da premiação e a sobretudo a substância da matéria laureada. Obama actuou de forma muito profícua nos acordos nucleares com a Rússia. A sua intervenção no périplo Europeu foi em tudo benéfica, especialmente na República Checa. Daí a ser um promotor da paz como um devir bem conseguido, vai a diferença que eu contesto.
Nota: Longe de mim duvidar da Academia Sueca, quer no seu bom senso, quer na sua boa vontade.
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