Há gente que anda farta...

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E o sistema económico "apanha por tabela".

Não é que não o mereça mas ninguém me faz deixar de acreditar que é mais um caso onde se dá o cartão vermelho a um problema amarelado, só porque quem devia ir para a rua não vai à 30 anos.

Tudo no mesmo saco, salvo honrosas excepções.

Incompatibilidades...

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Porque ao que parece, tudo vale o que vale.

A Queda

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Sim, confirmo aquilo que ontem escrevi de forma potencialmente instantânea: trata-se do maior acontecimento proeminentemente político do pós 25 Abril. Explicito da seguinte maneira, com outros dois casos. Camarate mexeu com as desconfianças e fermentou a teoria da conspiração, uma ideia quase maquinal que todos temos, de que o monstro não é ninguém e são todos, como se de um cabo das (nossas) tormentas se tratasse e que por onde tendo de passar, nos engole. Numa perspectiva diacrónica oposta, temos a entrada para a CEE em 86. Aí invade-nos uma ideia de modernidade e de que a Europa nos deu, numa caridade sublinhada de reverência, aquilo que nós portugueses tendemos a achar nosso, uma dignidade nacional histórica. Como se pudesse ser conservada de D.Afonso Henriques até ao menino que nasceu agora mesmo, do Mestre de Avis à esquerda intelectual, de D.Manuel I até aos Jerónimos, do Marquês de Pombal até ao grande estadista que julgamos sempre existir e estar escondido na medíocre vida política. O sonho comanda a vida íntima com encanto e a vida pública com uma desfaçatez imprópria. Não somos esse país, não somos os portugueses que já fomos, não temos esquerda, apenas se passeia nas frases feitas, o Jerónimos estão gastos, realmente gastos, e duvido desse estadista com destino Sebastianista.


O que nos sobra? A realidade sempre crua, aqui e ali desnudada. Como no caminho natural do desaparecimento, em plena época da “décadence” tão própria dos destinos tomados pelo Niilismo. Assim é hoje Portugal. Antes da ruína, ainda tempo para uma de duas, se não duas cruéis realidades per si. Uma lamentável comunicação social politicamente empenhada e um Primeiro-ministro íntegro. Uma comunicação social transparente e um Primeiro-ministro corrupto. Um pouco de cada. Certo está que não sabendo em que poder acreditar, tenho náusea. Mais certa é a instalação da dúvida no seio público, com que sem pudor, não irrompem medidas nem tomadas de posição. Fomos tomados por uma banalidade sórdida: a corrupção, fonte de toda a usurpação de poder legítimo, não choca, nem sequer imprime mudança! Tudo numa vexatória classe politica onde os representantes do povo, mais se assemelham a timocratas nepotistas que logicamente, “albardam” a lei à sua vontade.


Que fazer? Sócrates está moralmente compelido a colocar o seu lugar à disposição, ainda que sendo intocáveis os seus direitos de reclamação de inocência. A tão pesada factura obriga a moralidade do cargo exercido. Como alto funcionário público ele defende o interesse do Estado e como terceiro na hierarquia de Estado representa a Nação. Com tão importantes distinções, só equiparadas às responsabilidades que daí advêm, só uma postura servil é adequada ao Homem Bom, e consequentemente ao Bom Homem de Estado. Não é fácil defender esta postura. É preciso amar a Rectidão acima de qualquer outra coisa. Penso no como poderá admoestar um homem inocente sair do seu cargo. Ainda assim, vítima de um acto vil, deve orientar a sua postura para os interesses do Estado e da Justiça. Não deixar que à semelhança do seu nome, a Nação seja conspurcada. Provar por todos os meios a sua inocência. Esperar que a Justiça puna severamente todos os culpados, como se de crimes contra toda Nação se tratasse. Se isto não é possível
é porque o Estado não é de bem e a Justiça não funciona. Para que um Estado não seja de bem e a Justiça não funcione bastam duas coisa: corrupção no Estado e falta de Homens Bons a prover Justiça.

A queda

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Fazia uma pausa no estudo vindo ler as notícias quando estupefacto ouço o vídeo apresentado hoje pela TVI. Trata-se do mais brutal choque político do pós 25 de Abril! O que hoje se passou em directo foi história!

Mesmo comparando com Camarate, nada expõem de forma tão gritante uma de duas coisas. Uma monstruosa cabala ou um ignóbil comportamento do mais alto chefe governativo da nação. Ainda que não podendo ilibar ou acusar nenhuma das partes, este acontecimento tem um significado político e um impacto esmagadores!

Por hoje ainda a digerir, segue-se amanhã o meu detalhado comentário sobre este assunto.

A agricultura definitivamente na cidade!

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Hoje houve uma manifestação de agricultores em Lisboa. Eis as sapientes palavras:

"Havia de andar jundido com um cavalo como nós andemos."
Manifestante

"Foi uma manifestação ordeira, às vezes até parecia uma festa."

Min. Agricultura

Por favor, alguém me pode dizer 3 coisas?

I- O que quer dizer jundido?
II- "Andemos" é uma forma verbal de que verbo?
III- Onde fomos arranjar um ministro destes?

Quem anda (ou "ande", ou lá como será...) "jundido" com tanta incompetência e falta de cultura sou eu!

Esplanada Cidadania Blog

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Após o primeiro "Esplanada Cidadania" e a sua repetição à 1h de Quarta-feira, Sábado pelas 9h será o próximo programa.

Como queremos a participação dos seguidores, criámos um espaço web, o Blog do "Esplanada Cidadania", porque a vossa opinião conta!

Esta é a melhor forma de vos por ao corrente do programa e das novidades da equipa, bem como de debater em plena Esplanada, os temas da vossa eleição.

O SNS faz hoje 30 anos...

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pelos quais eu digo, muito obrigado.

O investidor público à direita

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Hoje, Pedro Santana Lopes surpreendeu-me. No "American Club", e por isso, a discursar em ambiente caseiro, Santana apareceu com novo estilo. Muito mais focado na realidade, mais preparado, mais cabal e menos estilístico no discurso. Nota chave, nada pareceu improviso.

Numa pré-campanha à base do branqueamento da sua actuação autárquica, em nada se alongou sobre o futuro. Prefere antes uma estratégia mais segura, a de subliminarmente deixar na mente dos lisboetas que parte como um candidato inócuo. Caso consiga passar a mensagem, não tenho dúvidas que ganhará as eleições. Porque se Santana partir em pé de igualdade, em campanha bate a concorrência. Esta pareceu ser hoje a sua lógica. Falta convecer e ser coerente, até na própria estrégia que, como se sabe, é bastante dada a "devaneios Santanistas".

Uma nota importante, e que aliás oferece o título a este "apontamento de pré-campanha": Santana defendeu as obras públicas na cidade. Mais e maiores obras públicas como o "desnivelamento do eixo central da cidade". Nunca se percebeu esta escolha nacional para a autarquia de Lisboa. As quezilias pessoais impediam qualquer sensato de pensar no nome de Santana como elegível. Se no estilo, Santana nunca encaixou na direcção nacional do PSD, agora até no conteúdo se demarca.

Para amantes de Bond

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Estatisticamente, Bond é isto...

Pede-se um Provedor de Bom Senso

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Eu assumo, o título é dúbio. Tanto serviria como critério de escolha, como para pedido cívico que faço para com a Assembleia da República. Neste caso refiro-me à segunda hipótese. Eu quero bom senso na Assembleia da República! Como não há, gostava de arranjar alguém que provesse bom senso aos deputados, um provedor para isso faz muita falta, acreditem.

Comecemos pelo inicio. Nascimento Rodrigues não pode ter prestações declarativas daquele nível, sob pena de todos nós o podermos censurar por tamanha falta de sentido de Estado que o próprio confundiu propositadamente com bacoquice e utilizando o termo “Salazarista” para arrepiar os incautos. Ora, deveria o Provedor saber que nem todos são incautos e que eu e muitos como eu, não aceitam que se considere o serviço à República e à Justiça como um serviço “salazarista bolorento”. Dava toda a razão ao Sr. Provedor antes destas declarações e agora considero que elas só se justificam num enleio de desespero a que a situação lamentavelmente chegou.

E de quem é a culpa de ter chegado aqui? Do PS e do PSD. Os dois partidos do centro aproveitaram-se desde há 20 anos para cá dos seus crónicos 2/3 da Assembleia da República para estabelecer uma coutada em espaço político, uma coutada inadmissível que retira legitimidade à função de Provedor. Se de facto se pretende ter no Provedor a única coisa que ele pode ser, um agente do Estado de Direito que provê Justiça, e se a Justiça é recta e justa por definição, desde Platão aos dias hoje, como pode ser nomeado o Provedor sem nunca se ouvir todas as forças políticas que legitimamente representam as sensibilidades políticas em Portugal?

Agora zangaram-se as comadres e consequentemente… Dissolveu-se o compadrio! Pelo meio o PSD cria um imbróglio político sem sentido até porque o nome em causa parece ser consensual, mais, arrisca-se a que o PS consiga sem o PSD os 2/3, o que seria o equivalente a ser atropelado por um camião TIR cheio de gago suíno vivo só pela teimosia de não querer sair do meio da estrada! O PS, não por bom senso mas por necessidade, vai ao parlamento propor um nome: Dr. Jorge Miranda. Nesta história, está para já bem o PCP que já declarou ser necessário um entendimento entre todos os partidos, nem que seja para ouvir os nomes propostos por cada um.

O que falta a esta história? Duas coisas que a serem verdade enojam qualquer um que tenha votado PS nas últimas legislativas. Em primeiro lugar será tão “birrento” o PSD que não aceita o Dr. Jorge Miranda, como o PS que não responde ao nome do PSD. O PS não precisava de concordar, precisava apenas de dialogar com o PSD. Em segundo, as notícias de hoje que dão conhecimento de que o PS ainda nem sequer iniciou contactos com todos os outros partidos para chegar a um consenso. As questões de Estado não parecem ser urgentes para este Governo.

Nas questões de desempenho dos actos de Estado sou sempre violento na crítica pois acredito que é no bom serviço público que se poderá construir o bom governo, outros cronicamente assim não pensam.

Estás aqui para ser feliz

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Eis o anúncio da Coca-Cola que tem corrido mundo.

Vale mesmo a pena...

"Esplanada Cidadania" na Rádio Zero

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Sábado às 21:00h irá estrear o "Esplanada Cidadania" na Rádio Zero.

Programa de rádio ao qual fui gentilmente convidado para participar, quer activamente, quer na gestão editorial. Juntam-se a mim nesta aventura dois amigos, António Silva e Ricardo Mesquita.

Bernanke, Krugman e a Europa

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Nas leituras dos jornais internacionais lêem-se algumas notícias curiosas. Desde o início da semana destaco quatro.

A primeira é a entrevista dada pelo presidente do FED, Mr. Bernanke, ao programa "60 minutos" de uma grande estação norte-americana. A ideia geral, intencionalmente vincada pelo responsável prendia-se com o horizonte de recuperação da crise. Segundo Bernanke, 2010 será um ano de recuperação, prevendo que a recessão chegará ao fim em 2009. Coloco duas objecções, ou por outra, desconfianças a esta intervenção. Os bancos e reservas mundiais começam a ter muito pouca margem de manobra e não sei até que ponto esta mensagem optimista não será uma tentativa de espevitar o consumo e acelerar a economia através da procura, leia-se, os consumidores. Dado que a entrevista foi a um programa de televisão, talvez tenha sido uma tentativa com traços de desespero.

Contrapôs de imediato Paul Krugman, Nobel da Economia 2008. Segundo ele, a crise é muito mais grave. No que ao comportamento dos governos diz respeito os EUA estão a fazer pouco e a Europa está a fazer “um pouco menos da metade de que precisa” citando palavras do próprio. Já se conhecia os instintos de Krugman desde a sua carta aberta a Obama, mas manifestar tamanhas preocupações no que à Europa concerne, em plena Bruxelas, é mais um passo para a desconfiança com que temos de olhar para a “miragem” da recuperação económica fácil. Krugman referiu também que mesmo que tecnicamente a crise acabe em 2009, o exercício simples de voltar ao nível de desemprego de 2007 poderá demorar anos. Tal como aliás se passou na crise japonesa dos anos 90.

Entretanto, Sarkozy enfrentará uma greve que pede maior tributação para os mais ricos e o levantamento de uma série de questões na ordem do financiamento do SNS francês. Isto é o tipo de greve que só existe em França! Uma greve rica em argumentos, uma greve que tem porque lutar, e não uma simples greve que por acaso até faz ponte com o fim-de-semana. Os politizados sindicatos portugueses têm muito que aprender com os seus homónimos gauleses… Sarkozy respondeu às críticas com um chavão eleitoralista: “Não fui eleito para aumentar impostos.”. O Presidente da República Francesa é em minha opinião um político hábil. Considero-o até um bom político, como ficou provado na gestão do “dossier Geórgia”, mas na realidade os problemas que fragmentam o tecido social pedem um estadista que Sarkozy não parece ter estofo para ser. Ainda para mais em França, um país onde o equilíbrio do tecido social é instável, quer pela recente repulsa aos Magrebinos, quer por toda a questão cultural subjacente a 1789 que saudavelmente conduz a greves com conteúdo ideológico, ou seja, as mais difíceis de contestar pelo poder político.

Por último a actuação de Durão Barroso em resposta ao pessimismo (ainda que desafiante) da palestra de Krugman. Não se discute aqui se Krugman tem razão, até porque ninguém está capaz de o assegurar, a tónica está antes na possibilidade de cada um de nós ter a liberdade de opinar, algo que na chefia política se transforma na obrigação de opinar, agindo. Durão Barroso, ao alinhar de forma consistentemente assertiva com os chefes de estado das potências europeias, assina de cruz um destino. Tanto pode ficar na História como um político reflectido em tempos de crise, como ficar com o ónus da cumplicidade de uma grande depressão europeia.

Vereações e Mandatos, as novas contas

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A inscrição automática nos cadernos eleitorais, da qual eu próprio fui vítima na medida em que me recenseei sem qualquer aviso prévio das instituições, conduz a que as regras de atribuição de mandatos para a Assembleia da Republica e vereações se alterem.

A nível nacional Lisboa perde dois deputados bem como Castelo Branco e Coimbra que perdem um. Aveiro, Braga e Vila Real ganham um mandato cada. Com estas contas falta deslocar um mandato de sítio. Embora não tenha conseguido apurar esse distrito, parece-me ser o Porto. Para além da leitura administrativa que se pode fazer, há também a política onde o PSD sai beneficiado e o PS prejudicado. Isto porque Castelo Branco e Coimbra são tradicionalmente socialistas, ao contrário de Aveiro e sobretudo Vila Real, distritos de forte implementação centro-direita.

A nível autárquico são muitas as alterações e a tendência é de expansão dos cargos autárquicos. Cerca de 500 novos cargos nas autarquias serão criados devido à automatização do processo de recenseamento. Vamos à factura: 1,7 milhões de euros a mais nas câmaras e 350 mil euros de acréscimo de custos nas juntas.

Apesar de todos sabermos que a administração democrática é cara, apelo a que se tenha bom senso neste tipo de questões. É que em tempo de “vacas magras”, um regime de excepção ao alargamento dos gastos camarários seria, provavelmente, o primeiro regime de excepção sério deste país.

A propósito... Uma mesa de café

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A propósito de ser compensador. A propósito de ser assim. A propósito sobretudo da amizade. Uma mesa de café.

Não importa a forma, nem como se entorna… Não tem preceito, é com efeito, o tribunal dos séquitos das noites altas. Faz-me bastante companhia. Frequentemente apura a moral. À volta de uma mesa de café já saí de todas as formas. Saio geralmente mais crescido. Adoro mesas de café, onde o ponto do meu equilíbrio são os amigos que me circundam.

Secou-se a garganta, diabo de lamechice, foi só de emoção.


Obrigado a todas as mesas de café.



(Desta vez a fotógrafa é minha conhecida: É a minha namorada)