Vital Moreira balbuciou esta triste defesa. Ora não há em Democracia coisa pior que ludibriar o eleitor. A candidatura do PS fez do voto contra Durão na Comissão Europeia ponto de honra, posicionando-se como alternativa atenta aos problemas da Europa. Essa postura pareceu-me a correcta desde o primeiro momento, uma vez que era também uma solução mais condizente com a base de apoio popular daquela candidatura. Hoje, Vital mostrou o lado negro, que já a espaços tinha mostrado na campanha, quase sempre pela mão de Sócrates. E a única que teve uma postura decente foi a trágica Ana Gomes, que eticamente, nunca poderia figurar, visto estar enleada num esquema de dupla candidatura.
A ruptura com a campanha não se prende só ao acto electivo, mas também ao desvirtuamento ideológico. Dizer que a esquerda democrática é contra o sistema político permissivo para com a actividade financeira, para depois depositar num rosto desse sistema permissivo o voto, é desvirtuar e ridicularizar quem votou nessa área política. E a desculpa da adequação do voto ao nacionalismo é areia para os nossos olhos.
O facto de não haver uma candidatura à Comissão de cariz Social-Democrata é compreensível, para não fracturar, mas a objecção mantêm-se obviamente, até porque haveria o voto contra e a abstenção.
O facto de não haver uma candidatura à Comissão de cariz Social-Democrata é compreensível, para não fracturar, mas a objecção mantêm-se obviamente, até porque haveria o voto contra e a abstenção.
É também destes actos que se faz a má política. Actos de corrupção moral e não onerosa, mas com semelhantes efeitos à outra. Assim se fomenta a participação política e europeia numa base de descrença e da defraudação popular. Não só assistimos a comportamentos contrários aos prometidos, o que afasta as pessoas dos políticos, como assistimos à desvirtuação ideológica que afasta as pessoas também da política, semeando por vezes a confusão até.
Quando alguém vota em branco não é enganado. This is the point...
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