Façamos história: SNS Americano

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O dia de hoje poderá ser mais um; mas também poderá ser um dia histórico para a ciência política mundial. O mais Europeu dos Presidentes da América, discursa hoje sobre o seu SNS. Para o bem ou para o mal, especialmente o seu, e muito em particular para 43 milhões de Norte-Americanos sem seguro de saúde. Seja como for, hoje é so o Warm-Up, sendo certo que, havendo SNS nos E.U.A, este será o dia 1 desse marco.

Os americanos não me parecem preparados para um SNS. Os Republicanos são abertamente contra, respondendo aliás aos anseios do seu eleitorado. Democratas dividem-se num hiato revelador. A matriz do país neoliberal por excelência, assente nos sólidos príncipios da Liberdade e da Iniciativa, e que projecta a consistência dos seus ideais ora no sucesso, ora no American Dreaming, vê um SNS com a óbvia miopia e descompreensão de um povo not quite cult. Portanto, o único aspecto francamente estúpido da discussão pública, é a forma ignóbil com a qual a media ignorância ludibria a ignorância popular: refiro-me obviamente aos funny posters que aqui coloco, e dos quais obviamente me demarco.

Em relação à discussão que se inicia hoje no Congresso (1 da manhã em Portugal), devo dizer que também duvido do sistema de financiamento que Obama irá propor, porque não conheço SNS´s não onerosos para as contas públicas. Em relação á medida, trata-se de investimento (o sufixo público dependerá da proposta de logo), mas acima de tudo, trata-se da tal inferência estatal que o Senador Mccain referiu no seu discurso. Trata-se de Welfare State à Britânica. Postos os dois factos relevantes, financiamento e modelo económico; devo dizer que como Europeu e Social-Democrata, sou obviamente a favor de um SNS. Mais, parece-me civicamente atrasada esta ausência, mesmo num país onde a intelectualidade sempre se pautou por Mill e Thoreau.

Estou, por isso, expectante; e saúdo a proposta, nem que seja só pelo braining storm que uma discussão pública causa.

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