Agora está na moda dizer que o Maradona é um idiota (Sneidjer), ou um mercenário (Pelé), ou um péssimo seleccionador (Di Stefano). Todos dizem que foi um grande jogador e nada mais. Para mim, não é discutível que tenha sido o melhor. Foi-o. Se houve alguma coisa que este Mundial provou, entre muitas, é que Messi é genial, mas é Messi. Por um lado ainda bem, porque as lendas são mesmo assim. Mas Maradona, para mim, foi muito mais que o jogador de futebol. Foi o abismo entre o céu e o inferno, de Deus a narcótico, a vergonha, a figura disforme... Depois veio Cuba e Fidel, e conseguimos ter hoje um Maradona digno da sua mitologia passada. Este discurso é de um homem, não de um desgraçado. É o discurso do futebol, porque la pelota no se mancha , um discurso de quem vem do país que mais sente o que é o futebol - vejam os tão badalados anúncios da Quilmes - de um espírito que joga o futebol pelo futebol, para ganhar e para perder, mas sempre como o maior dos espectáculos, como um tango em quatro linhas. Uma divindade estética e de amor. Claro que é estranho eu ser um apoiante da Argentina nos mundiais e não só. Mas eu amo o futebol, e o futebol é a Argentina.
Nota: É para ver do minuto 4 para a frente.
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