As negociações do orçamento parecem agora concluídas. Depois há sempre quem opine com toda a legitimidade que têm, e com a sobranceria que não deveriam ter. Quando se lê isto, isto, e consequentemente isto, percebemos que no entender de alguns, o intelectualismo impele o extremar de posições, e que a verdade de uma oposição é opor-se. Era também sobre isto que falava já no inicio do mês. Acordo é possível, mas a querela acriançada iria sempre, impedir uma parceria de fundo, com valor estratégico, e infelizmente, tal é a situação draconiana em que nos encontramos, necessária.
Questiono-me humildemente, que PSD querem “os” PSD’s deste país. Porque criticam, ora a opacidade do processo, como faz Constança Cunha e Sá, aludindo a uma assaz inexistência de negociação; ora se debatem num “claquismo” surdo onde a nação precisa do PSD, como se lê nas entrelinhas de João Gonçalves. A nação precisa de partidos! Partidos diferentes, com responsabilidade e estratégia, comprometidos servilmente com o crescimento económico, social e cultural do país, enfim, instrumentos de servir, fitando apenas o lugar melhor que isto devia ser.
Quando li os textos supra citados do Portugal dos Pequeninos, parecia estar a ler um barão, displicente para com a tarefa do CDS, numa birra autista onde o PSD é necessário e o resto é paisagem, pior, o resto tira força ao PSD, e por isso é mau. Ora, a mim o que me parece mau foi o ciúme. Assumindo que o CDS não marcou agenda nenhuma, e é uma asserção que em tudo me parece abstracta, o que é facto é que o PSD não o fez. E o que fez o PSD? O mesmo que o CDS, ao fim de contas, abstêm-se fugindo ao compromisso. E na minha opinião, Ferreira Leite fez bem, talvez Sócrates nem o fizesse. Ferreira Leite teve a noção da importância da sua abstenção, e cedeu, porque não é “claquista”, e negociou, dentro do possível, que é pouco, porque Ferreira Leite sempre foi inábil no bastidor, e dessa Maizena, Paulo Portas já vai no oitavo ou nono embornal… Aqueles que sempre defenderam Manuela Ferreira Leite talvez pequem por isto mesmo, concorrem com o Ingénuo de Voltaire, e ainda vestem retóricas com manifesto complexo de inferioridade. Querem um país melhor? Também eu, também nós todos, uns mais do que outros. Mas neste, assim, Sócrates ganha sempre, e no máximo, o CDS faz de muleta.
Também não percebi o remoque de João Gonçalves contra a posição do CDS face às finanças regionais. Fazem-no porque tiveram lá bons resultados. Isso para mim, não só é argumento, como revela respeito pelos votos que lhes foram confiados. Nas próximas legislativas, Paulo Portas há-de ir às feirinhas todas, e publicitar todos os decretos-lei que levou ao parlamento em favor daquela região. Se toda a demagogia fosse essa, estávamos melhor. Quem me dera que os deputados de Leiria se portassem assim também! O que falta a muitos é esse interesse pela representação regional, e no pior dos casos, perguntem ao Campelo.
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