Informo-me agora com espanto que o CDS-PP propôs uma moção de censura ao governo do PS. Uma moção de censura a três meses do final da legislatura é ridícula. Não há o mínimo interesse em desenvolver soluções para os desafios políticos, até porque, parece tudo já em gestão de esforço para as futuras legislativas. Esta moção de censura é só mais um exercício dessa lógica.
Vejamos o propósito desta moção. Qualquer moção de censura é chumbada quando existe uma maioria parlamentar do partido que governa, neste caso o PS. Posto isto, para que serve uma moção de censura? Perdendo a sua componente prática, resta à moção a sua componente simbólica, a de protesto. Ora também esta não cola, não pode colar, pelo simples facto do CDS ter tido quatro anos para apresentar tal moção e apresenta-a agora, depois de uma vitória eleitoral da direita e a três meses do final da legislatura. Esta atitude não só demonstra o minimalismo com que é tratado o múnus legislativo, como também expõem gravemente o carácter perverso do xadrez político nacional.
Com uma moção de censura colocada num momento estratégico (Sócrates iria ter debate semanal esta semana e desta forma muito tempo de antena), Portas aproveita para contar espingardas, sendo certo que o PSD vai votar a favor da moção de censura, pois o último quadro eleitoral mostrou como Manuela Ferreira Leite está refém do CDS-PP. Esta nova submissão não espanta, pois Portas e Ferreira Leite já foram ministros do mesmo (mau) governo, Portas adora ser poder, e Ferreira Leite só saberia governar com maioria absoluta, algo que agora é arma de arremesso contra o PS.
O comportamento dos altos dirigentes da direita nacional anda como que, numa roda-viva de infantilidades maquiavélicas. De fait diver em fait diver, acotovelam-se para alcançar o leme, a proa, e o resto. O que mais me abisma é ainda ter de ouvir os pensadores de Direita, que vão mascarando a falta de conteúdo, e o debate europeu foi cabal na demonstração disso mesmo, com aquele tom de superioridade moral. A escola deles foi a mesma, têm a mesma maneira de brincar.
Meninices da Direita
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2 horizontes dispersos:
Se não estou em erro, a ideia da moção de censura apresentada pelo CDS/PP foi anunciada na noite das eleições europeias, depois (que estranho...! ) de se ter confirmado que a AR ia ficar mais bonita com a partida do Diogo Feio lá para as Europas, que era o segundo na lista do CDS/PP.
Ora, o que acho que aconteceu foi um bocado, e perdoa-me a expressão, "tesão do mijo" devido ao entusiasmo relativo à surpresa que constituiu o facto do CDS ter eleito 2 eurodeputados, sendo que o Portas não teve outro remédio agora se não apresentar a tal moção.
O que diga-se, não abona nada a favor de Paulo Portas, porque aproveitar um bom resultado obtido numas eleições europeias para anunciar uma moção de censura sem nexo algum, revela no mínimo algum complexo de inferioridade, não fosse o tempo de antena fugir-lhe, bem como uma clara falta de percepção das coisas.
Abraço!
Eu ia comentar,mas concordo com tudo o que vocês dizem - sobreeste assunto - e portanto tenho apenas a nunciar que mandei fazer um poster a dizer "tesão do mijo" para o quarto do meu futuro (incerto) filho. Já tenho versão azul e cor-de-rosa e tudo.
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