Os sofrimentos do jovem Werther

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Bem sei que não somos, nem poderíamos ser, nem saberíamos ser todos iguais.

Mas eu tive-a, apreciei esse nobre coração, essa nobre alma, cuja presença me engrandecia a meus próprios olhos tornando-me ainda maior do que era realmente, porque eu era tudo o que podia ser.

Estou contente, sou feliz, e, portanto, mau narrador.

Será quimera, Guilherme, o que nos torna felizes?

Vês tudo pequeno e mesquinho porque tu prórprio és mesquinho e pequeno!

O que mais me indigna são estas miseráveis distinções de classes. Compreendo muito bem que a desigualdade de condições é necessária à sociedade. Tem vantagens, de que eu próprio me aproveito; o que eu não queria era que ela me impedisse de gozar alguma alegria e de encontrar neste mundo, ao menos, uma sombra de felicidade.

Oh! O homem é tão efémero que até nos lugares onde tem a absoluta certeza da sua existência (…) aí mesmo se extingue e desaparece… E quão depressa!

Será então o destino do homem só ser feliz antes de possuir o uso da razão e depois de a perder?



Frases do livro "Os sofrimentos do jovem Werther" de Goethe


Não há muito a dizer sobre uma obra riquissíma, de linguagem prolixa e estrutura narrativa creativa e dinâmica. Expoente do Romantismo nas letras, e cuja carga dramática marcou profundamente o fim do século XVIII e a corrente literária a si adestrita. Apesar de não ser um apreciador da corrente, esta obra nunca repisa as mesmas sensações, antes potencia brilhantemente muitas das variantes de cada uma das sensações, o que não a torna uma obra lamechas mas um compêndio de expressividade. Brilhante.

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