Sou daqueles que prefiro o David Fonseca dos Silence 4. Em rigor, fez mais nos dois álbuns da sua banda primogénita do que daí para frente. É claro que não esqueço Someone that cannot love ou no Who are you, e sim, ponho-me aos pulos no The 80's... Mas a verdade é que do experimentalismo que é tão visível nos seus álbuns, apenas se manteve a sonoridade. Nas letras de Silence 4, principalmente no primeiro álbum (apenas publico aqui o segundo para efeitos que irei já explicar) existe um claro experimentalismo poético. Em Angel Song - ouço amiúde - ou em Old Letters, experimenta-se um Romantismo másculo, seco, menos lamechas se preferirem, e que é mais tocante. Mas independentemente de se concordar ou não, o que é facto é que este Romantismo é raro na música portuguesa. Temos qualquer coisa de Sérgio Godinho ou Jorge Palma, e depois os trabalhos de Pedro Abrunhosa. E está tudo. E podia-se estar melhor. É uma pena que, depois de se editar um álbum chamado Only pain is real, esta veia se tenha perdido num bolorento Superstar, todo luzes, todo brilhos, por demais mainstream... Bem sei que os top's é que mandam, mas há sempre dois ou três que furam a lógica da democracia artística. A arte não é democrática. Democratizada, dá nisto.
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