Que esta folha lisa de papel branco,
Que mancho de tinta numa letra pouco perceptível,
Seja um renascer da minha mão,
Aos sonhos e à vontade que havia amparado em tantos versos.
Recordo docemente, com ternura,
Todos os sorrisos que me saíam das tristezas,
Feitas de uma vida que tinha e tenho,
Criando uma alegria artística.
Sempre foi essa a razão e a magia.
Ter na poesia a alegria de poder ser triste mas belo.
Só essa no fundo,
A alegria artística.
Tenho padrões, não assino por baixo.
Em tudo o que fiz e farei,
Apontei e aponto meus defeitos,
Contudo tenho-me ali,
Nos versos que vou ensaiando.
Quase sou feliz nesse espelho que é a poesia.
É verdade, eu só escrevo sobre mim…
Posso-vos contar histórias, ideais, ou nem vos escrever nada,
Que estou só e apenas contando o que sou.
Também risco e volto a fazer,
Algumas folhas nem têm porquê de servir,
Apago, e é o fim.
Mágoa em não poder fazer o mesmo ao que penso,
Ao que sinto, ao que recordo, ao que vejo, ao que dou,
Ao que pergunto, ao que toco, ao que quero,
Ao que amo, ao que magoo, ao que canso,
Ao que vivo.
Mas na poesia, eu posso.
Pedro Carvalho 11/07/07
*Nota: O título demonstra que se trata de uma sequela de poemas, todos com o mesmo nome. Edições que prefiro não revelar.
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