"- Quem se mata corre atrás duma imagem que se formou de si próprio; ninguém se mata senão para existir."
"Desconcertado por sofrer, não só pela morte daqueles que amava, mas ainda pela de uma mulher que não amava, suportou a sua morte, quando ela chegou, com uma resignação desanimada."
"-Nunca se faz nada da vida.
- Mas ela faz qualquer coisa de nós.
-Nem sempre... Que espera da sua?
(...)
-Creio que sei sobretudo o que nã espero dela...
-Cada vez que teve de optar...
-Não sou eu quem opta: é o que resiste."
"Porque é que trabalhavam? Para ganharem consideração. (...) A submissão à ordem do homem sem filhos e sem deus é a mais profunda das submissões à morte..."
"Não sabe o que é o destino limitado, irrefutável, que cai sobre um homem como o julgamento sobre o prisioneiro: a certeza de que se será isso e não outra coisa, que se terá sido isso e não outra coisa, que o que não se teve, nunca se terá."
"É quando entra em declínio que uma pessoa se deve matar, mas é precisamente quando se entra em declínio que se volta a gostar da vida..."
"Você sabe tão bem como eu que a vida não faz o menor sentido: não é por se viver só que se escapa à preocupação do seu destino..."
"-Não é para morrer que penso na minha morte, é para viver."
"Agora, não há nada pior que aquilo que era a esperança.
"Sentiu furiosamente o desejo de disparar sobre ele, como se só o assassínio lhe tivesse permitido afirmas a sua existência."
"Desconcertado por sofrer, não só pela morte daqueles que amava, mas ainda pela de uma mulher que não amava, suportou a sua morte, quando ela chegou, com uma resignação desanimada."
"-Nunca se faz nada da vida.
- Mas ela faz qualquer coisa de nós.
-Nem sempre... Que espera da sua?
(...)
-Creio que sei sobretudo o que nã espero dela...
-Cada vez que teve de optar...
-Não sou eu quem opta: é o que resiste."
"Porque é que trabalhavam? Para ganharem consideração. (...) A submissão à ordem do homem sem filhos e sem deus é a mais profunda das submissões à morte..."
"Não sabe o que é o destino limitado, irrefutável, que cai sobre um homem como o julgamento sobre o prisioneiro: a certeza de que se será isso e não outra coisa, que se terá sido isso e não outra coisa, que o que não se teve, nunca se terá."
"É quando entra em declínio que uma pessoa se deve matar, mas é precisamente quando se entra em declínio que se volta a gostar da vida..."
"Você sabe tão bem como eu que a vida não faz o menor sentido: não é por se viver só que se escapa à preocupação do seu destino..."
"-Não é para morrer que penso na minha morte, é para viver."
"Agora, não há nada pior que aquilo que era a esperança.
"Sentiu furiosamente o desejo de disparar sobre ele, como se só o assassínio lhe tivesse permitido afirmas a sua existência."
Excertos da obra "A Estrada Real" de André Marlaux
Livro de aventuras inspirado nas florestas do Sião e no espírito tribal das gentes da área de Angkor-Wat, Malraux usa dos seus conhecimentos da área - onde de facto viveu -, para exarar este livro de pendor profundamente humanista. Esta obra, escrita três anos antes de A Condição Humana, é talvez o prelúdio do seu conteúdo. Com uma história linear, ainda que confusa no estilo, a narrativa vale sobretudo pela descrição agreste da floresta e dos ambientes húmidos das floresta do Sião, nas regiões hoje de Laos e Cambodja. Também nas personagens não se estabelece uma grande teia, vivendo-se invariavelmente na dupla que move a acção. Por isso, acaba por ser o conteúdo humanista que sobressai, particularmente na construção de diálogos quase impossíveis fora do mundo literário. Uma imprecisão realística que muito valoriza o livro, pois este, na minha opinião, apenas impressiona pelo exegese filosófica que faz da morte e da vida (parece-me ser esta ordem naturalmente invertida a correcta neste caso). A Estrada Real é um livro sobre a morte, a fraqueza da condição humana, e a força de, na vida absurda, haver uma morte pacificada.
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