O pathos dum Referendo

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Se houvesse um Referendo, uma das coisas mais interessantes do ponto de vista sociológico, seria observar a abordagem ao tema. Dado a quantidade de gente a quem isto é indiferente, aqui, mais do que em qualquer eleição, os indecisos, fossem eles votar, contariam imenso.

É sabida a pouca margem de manobra do “Não”. Qualquer colagem ao pudor católico seria fatídica para “a causa”. Por isso, o “Sim” iria bater nessa tecla até a exaustão. De permeio, uns quantos seriam homofóbicos. É a liberdade de escolha da esquerda moderna, bem se sabe.

Compete ao “Não” inovar. Sinto receio pelos cartazes timoratos da família. A mensagem é essa, não o nego, mas seria o pudor católico revisited. Também não valia a pena colocar diagramas em Powerpoint, explicando a quem faltou às aulas de Sociologia, que a base da sociedade é a família. E aqueles que julgam perceber de bases, atiravam com John Stuart Mill aos cartazes. O homem, enrijado pela mortalha, ainda derrubava uns quatro outdoors, antes do primeiro são lembrar-se de que o individuo como base, só base de si mesmo para com a sociedade, e não base da sociedade. É claro que Mill defendia que a sociedade deveria preservar a liberdade individual, bem como a responsabilidade individual; tudo métodos para o indivíduo ser social, não como base da sociedade. Por isso, ainda vai valendo, nisi prius, a doutrina da família como célula social.

Pois bem, quanto a mim, um oito por três metros da Helena Coelho “limpava” a questão. Merda! Disse “limpava”… Sou um homofóbico execrável…

Nota: Isto só deixa de ser para rir, quando e se houver referendo.

1 horizontes dispersos:

Miguel disse...

Louco por chegar a Portugal e ver esse belo 8 por 3....