A vitória na Pensilvânia por parte de Hillary Clinton foi apenas uma confirmação do que já era previsível. Estado de tecido social semelhante ao Ohio, mergulhado numa indústria desbaratada e quinto maior do circuito eleitoral Democrata, era um importantíssimo bastião da Senadora Clinton, para esta manter as suas aspirações e tentar reverter um processo onde já vários influentes analistas acenavam com a desistência a favor de Obama.
O impasse poderia ter ficado resolvido ontem, caso Obama conseguisse reduzir a diferença para cerca de 5 pontos percentuais, e desta forma, perdendo por margem tangencial, assegurasse a manutenção de uma vantagem que, com Carolina do Norte praticamente decidida a favor de Obama, o conduzisse à eleição como candidato Democrata. Obama perdeu por 10 pontos (55% Clinton / 45% Obama), e nem Clinton se alargou nos dois dígitos como necessitava, nem Obama deu o golpe de misericórdia. As primárias Democratas vão mesmo ser decididas pelos Super Delegados, agora que matematicamente é impossível a ambos os candidatos alcançar os 2025 delegados necessários para ganhar a eleição Democrata em plena convenção do partido, em finais de Agosto.
Enquanto isto, o tempo corre a favor do Partido Republicano, já a trabalhar em exclusivo para as Presidenciais de Novembro enquanto que a disputa Democrata terá o seu epílogo eleitoral apenas a 3 de Junho com Montana e Dakota do Sul e a sua convenção será em pleno Verão. Este desgaste tem levado analistas a entender a desistência de Hillary como a melhor solução para o partido, e os Super Delegados, decisivos nesta eleição, parecem alterar o seu pendor inicial que seria Clinton, e virar-se para a surpresa Obama, até porque os dólares não mentem, e Obama está neste momento bem mais confortável financeiramente, com mais apoio e a gastar o dobro como na Pensilvânia em campanha. Já Hillary, recuperou do seu saldo negativo de onde tinha 10,3 milhões de dívida e 9,5 de cash, apoiada por mais uma injecção de 3 milhões após esta nova vitória.
Com esta situação eleitoral (cerca de 200 delegados de vantagem para Obama), os Super Delegados irão revelar-se decisivos, e na forma mais americana possível, Super Delegados pensam em super apoios, por isso Obama com perto de 235 milhões de dólares é o candidato visto como mais bem dotado para fazer frente a John McCain.
Os discursos tem sido mais brandos ultimamente, a ponto de Obama discursar “para fora” criticando McCain e Clinton não ter sido dura e acutilante nas críticas a Obama no rescaldo da vitória na Pensilvânia. Sendo assim, as críticas à política externa, saúde e segurança social, bem como a “crítica de recurso ao histórico” de posturas passadas dos dois senadores tem arrefecido. Desta forma, o pendor político está estacionado mais uma vez no dinheiro, especialmente na sua forma mais perniciosa, os apoios pré-eleitorais.
Para que a Bush (já considerado Presidente Norte-Americano mais impopular) não suceda outro Republicano, os Democratas têm Indiana (estado eleitoralmente parecido a Pensilvânia), Carolina do Norte, Dakota do Sul e Montana para decidir. Juntam-se a eles os Super Delegados, milhões de dólares, e esperemos, algum bom senso.
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