A Humanidade de uma bicicleta inútil

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Para que me vens chamar ao reboliço?
Para que me queres desfilando no passadiço?

Não vês que não tenho habilitação para a tua precisão?
Deixa-me encostado a quem velho na esperança esteja,
E já não espere de ti nem de ninguém,
Que é a condição essencial para se saber esperar…

Que sabes tu da minha juventude e da minha história?
Nunca fui de corrida,
Nunca me lancei em alinhos ordinais.
Vens me convidar para a meta?
Tenho todo o direito a não querer vencer.
Não vou.

Deixa-me ao canto,
Se tiver a subsistência e a poesia,
Deixa-me ao canto.



Pedro Carvalho

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