A noite de uma sexta-feira qualquer

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Hoje é sexta-feira, e a noite caiu à já algumas horas. Eis o momento preferido da semana! Não é que eu seja um espírito ocioso, nada disso, mas quantos de vós já reparam como são agradáveis as sextas-feiras à noite? Provavelmente todos já o repararam, pois é algo por demais evidente! Todos estão bem dispostos com a perspectiva de um grande fim-de-semana, mais que não seja porque será um fim-de-semana que como tantos outros, será pautado pelos sonhos medíocres, contudo sonhos, que construímos para as futuras quarenta e oito horas. Todos estão bem dispostos por isso, e por sentirem que chegou o momento em que finalmente temos aquele “tempo para mim” que todos reclamam, com todo o direito, ser sua pertença natural.

Afinal de contas, as sextas-feiras à noite escrevem-se de momentos onde todos compram boa disposição e onde a leveza de espírito nos põem como balões de hélio pairando no tecto de um bar ou casa de um amigo para tomar um serão diferente, que por mais aborrecido que possa vir a calhar, é um serão onde as promessas são sempre maiores que os acontecimentos. No fundo, é esta a magia das noites de sexta-feira!

A sexta-feira tem o toque de Midas de fazer de todos os nossos pequenos caprichos e desejos de tempo, promessas cumpridas ali e no momento, a partir da passagem da porta do escritório, atelier, universidade, garagem, loja… Como se chegar a esta data cíclica da semana fosse ter a sorte de sete dias após sete dias, encontrar uma lamparina mágica de onde um génio dá-nos “ás quarenta e oito unidades” doses do que mais ambicionamos: tempo.

Não interessa para quê, todos nós precisamos de tempo.

Peço desculpa a quem tenha perdido algum tempo, mesmo que parcos minutos do seu fim-de-semana, a ler este texto, porque ele de facto, foi para cada um dos leitores, só mais um daqueles projectos de fim-de-semana em que a expectativa foi incomensuravelmente superior ao seu desenrolar. Na verdade não disse nada de novo, nem redisse nenhum conselho tradicional. Apenas me encontrei sem nada para fazer e entediado fiz então o que mais gosto, escrever. Para mim, e para todos aqueles que tenham perdido este pedaço de fim-de-semana, a ler este texto onde me pus a entreter a minha noite de sexta-feira, fazendo mais um pouco daquilo que tanto gosto de fazer.


Fiquem bem

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