Baloiçando

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Como precisava de caber num baloiço de madeira,
Feito delicadamente para uma criança.
Um baloiço sem acabamentos que não fossem a imaginação,
E eu fosse a tábua do seu descanso,
Num baloiço gasto de infância.
Como me faz falta a leveza de balouçar,
E abraçar esse balanço que abraçava,
Num só lanço que se esgotou.

Quero brincar…
Quero ir de encontro a essa impossibilidade,
Que é caber no baloiço do sonho ligeiro.
Fazer um voo suspenso pelo o cordel,
Como quem se joga à memória,
Ficando perpetuamente…

O baloiço onde baloiçava,
Numa cadência invisível,
Era o meu gesto repetido e feliz.

Pedro Carvalho

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