"... ajudam os jovens a caminhar sobre o terreno anímico, perigosamenete amolecido, destes anos em que temos de acreditar em nós, mas que estamos ainda demasiado imaturos para sermos de facto alguém com importância."
"Era a hora em que as pessoas se vestiam para algum encontro, ou resolviam ir ao teatro. E aseguir vai-se a um restaurante, ouve-se uma banda, fica-se um pouco num café. Conhece-se gente interessante. Uma aventura amorosa deixa no ar expectativas até ao amanhecer. A vida gira como uma roda mágica de onde saem sempre coisas novas e inesperadas..."
"Pois a primeira paixão adolescente não é amor por uma pessoa, mas ódio a todas as outras. Sentir-se incompreendido e não compreender o mundo não são coisas que acompanhem a primeira paixão, são, e isso não acontece por acaso, a sua única causa. E ela própria é uma fuga na qual o estar a dois mais não é do que uma solidão duplicada."
"Era a insuficiência das palavras que então o torturava, uma consciência vaga de que as palavras eram meros pretextos para aquilo que se sente." "Pouco a pouco o sonho foi abandonando Törless lentamente como uma colcha de seda que escorrega interminavelmente sobre a pele de um corpo nu."
"Era a hora em que as pessoas se vestiam para algum encontro, ou resolviam ir ao teatro. E aseguir vai-se a um restaurante, ouve-se uma banda, fica-se um pouco num café. Conhece-se gente interessante. Uma aventura amorosa deixa no ar expectativas até ao amanhecer. A vida gira como uma roda mágica de onde saem sempre coisas novas e inesperadas..."
"Pois a primeira paixão adolescente não é amor por uma pessoa, mas ódio a todas as outras. Sentir-se incompreendido e não compreender o mundo não são coisas que acompanhem a primeira paixão, são, e isso não acontece por acaso, a sua única causa. E ela própria é uma fuga na qual o estar a dois mais não é do que uma solidão duplicada."
"Era a insuficiência das palavras que então o torturava, uma consciência vaga de que as palavras eram meros pretextos para aquilo que se sente." "Pouco a pouco o sonho foi abandonando Törless lentamente como uma colcha de seda que escorrega interminavelmente sobre a pele de um corpo nu."
Frases retiradas de "As perturbações do pupilo Törless" de Robert Musil
Este romance de Musil, o seu primeiro, acaba por ser um estranho texto ficcional, bastante duro - sem nunca ser profusamente descritivo - que retrata as incertezas e inseguranças de um qualquer pupilo de um colégio interno. O romance, ainda que seguindo uma linha cronológica, não tem uma história enraizada do princípio ao fim. Ainda assim, e incutindo algum terror temerário no leitor, acaba por prender a atenção. A escrita é rica, com vocabulário a aprender, e uma fluidez narrativa que, tendo em conta que foi um livro de estreia, impõem respeito. De resto, tem a marca de Musil, onde vale a pena depararmo-nos com as descrições psicológicas das personagens, e o detalhe - quase obsessivo - com o qual todo o romance se parece dedicar a esse mundo interior. Um pouco duro de ler, mas compensador.
0 horizontes dispersos:
Enviar um comentário