A tributação de Louçã ao contrário

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A bolsa de valores, nas últimas duas sessões, perdeu 2 mil milhões de euros. Parece-me lícito afiançar que a nova bronca da Goldman Sachs, aliado ao pânico no mercado da dívida mediterrânica, mais a particular greve na Galp, levaram a esta queda (mais uma) abrupta da bolsa de valores. Há coisa de mês e pouco, durante três sessões consecutivas, todas negras, o índice português caiu para valores que, ainda em alguns títulos, não tinha recuperado.

Até aqui tudo factos, facilmente constatáveis a quem lê jornais ou segue, ainda que com olhos de leigo, as séries do andamento do índice português. A pergunta é: onde anda o Drº. Louçã? Ou só fala daqueles rendimentos artificiais, calculados na base de máximo e mínimos históricos, que ninguém obtém? Tributação dos rendimentos sim. Mas não pode só estar calado cada vez que há estes prejuízos. É que se não, o Estado torna-se um sócio mal intencionado, que ganha o seu quinhão nos ganhos, e enterra a cabeça na areia nas perdas. Não é um sócio de bem.

Ou seja, a tributação das mais-valias não é desejável mas é necessária no período em que vivemos. Importa é ser sério na defesa dessas políticas que são funestas, pois injustas. É que não pudemos usar de argumentário os supostos lucros esquecendo que estes são, em primeiro lugar a remuneração do mercado face ao risco e ao talento do investidor; e em segundo, incertos e que por vezes transportam consigo, antes de lucros, perdas gravosas.


P.S: Para aqueles que acham que a proposta do BE é válida por supostamente conter um carácter justo de equidade, vejam lá bem como são tributadas, na proposta do BE, as Sociedades Gestoras de Capitais onde, é conveniente dizê-lo, os grandes investidores fazem as suas operações financeiras. Zero porcento. Assim é, portanto, e até nova proposta em contrário, a Esquerda Caviar. Um Robin Hood com tiques, moderno, mas cerebralmente farrusco, refilão, no reviralho do engraçado.

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