Para os arautos da austeridade

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Este artigo, excepcionalmente bem escrito, até porque se encontra num jornal que não o dessa especialidade, releva factos importantes e que muitos, por raiva - pois só assim se explica -, não querem lembrar, apregoando a austeridade, o genocídio de função pública e o aumento de impostos, qual catana estendida para o povo. Gosto sempre de lembrar que o povo se endividou fartamente à custa dos bancos, que se endividavam, gulosos, por esse estrangeiro fora, para financiar a sua ganância. Que o povo não percebe nada de finanças, talvez porque ninguém lhes saiba explicar. Que o Estado gasta, e muito, onde não deve; tanto que apontar o dedo aos outros vale um escarro. O teimoso traçado rumo à destruição da economia nacional, que desta feita se faz em TGV, tem os mesmos predicados da última, em 1892, quando sem divisas mas muita vontade, avançámos para os caminhos de ferro (que ironia). Dos empresários, nem é bom falar, são os mesmos que passeavam nas corridas de cavalo de Eça, mas falam pior e acham-se mais espertos. Sim, a crise é de valores, não fosse Adam Smith, o primordial liberal, antes de tudo, um professor de moral... Escocês.

Nota: Ainda que moral, há muitas coisas a fazer pela economia europeia, veja-se o caso dos EUA e os angustiantes ensinamentos de Krugman.

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