Não, claro que não. O que não terá de ser necessariamente um erro. Obama conseguiu finalmente, depois de muita contestação e oposição Republicana, lançar na economia real 787 Biliões de dólares. Este plano visa essencialmente quatro pontos. O primeiro são os cortes e isenções fiscais, na quase sua totalidade para as famílias (81%). Em segundo, o aumento da despesa relacionada com programas sociais e o ensaio para um sistema de saúde público. Em terceiro lugar, o lançamento de investimento público directo num valor superior a 300 biliões de dólares. Por último os gastos sociais no apoio directo às famílias por parte dos estados norte-americanos.
Até agora falamos de números e tópicos, muito pouco na verdade para um plano desta dimensão económica e impacto político.
Do ponto de vista económico, este plano leva o estado a assumir compromissos para larguíssimos anos, mais dos que o que Obama pode residir na Casa Branca. Esta opção pressiona brutalmente os impostos já que nunca é demais lembrar que se trata do maior aumento da despesa pública dos últimos 50 anos nos E.U.A. Os títulos da dívida pública americana já se ressentiram com a queda do preço das obrigações do tesouro, o que mostra que os investidores receberam tal expansão da dívida com (pelo menos) um pé atrás. Ora assim sendo, Obama está, num plano inicial, longe de captar a confiança dos investidores, muito pelo contrário.
Já no plano político, outras considerações se devem aflorar. Antes de mais, Obama sabe que joga o seu estado de graça aqui: na aceitação popular de um plano que os americanos tenderão a achar estranho, como que uma mistura de “índole europeia” com a “extravagancia americana”. Para além disso, o debate está aberto nos E.U.A. com os Republicanos a fazer ataque cerrado ao plano de Obama. Não fosse isto bastante e ainda há a analisar a capacidade de Obama de resistir ao desgaste de um plano que só verá frutos, se os vir, sempre num prazo superior a um ano, o que em política é uma eternidade.
Tudo isto faz lembrar o plano de recuperação económica de Reagan, é aliás o plano de comparação utilizado por um jornalista do Financial Times de hoje.
Posto isto, e podendo Obama ficar em cheque, só uma posição é justa: se este plano resultar Obama deixa de ser uma lenda eleitoral e passará a ser uma lenda presidencial. Reagan conseguiu-o.
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