Ah! É verdade, nada que não se estivesse já à espera...
Coisas lá deles
Ah! É verdade, nada que não se estivesse já à espera...
Era Vital a seriedade
Acima de qualquer outra coisa está a seriedade. Vital não esteve lamentável e inexplicávelmente à altura do acontecimento. A minha seriedade, que não conta nada para os Srº da má e única política em Portugal, diz-me que só posso censurar as recentes declarações de Vital Moreira.
Ter razão antes de me ser dada
E é bom saber que aquilo que se poderia apelidar de puritanismo da minha parte, não é mais do que uma crítica bem mais atempada e atenta do que a que entidade responsável fez hoje.
Na minha terra chama-se azelhice
Administrar festas prevendo valores sem IVA (que é logo um quinto das receitas) e sem partes integrantes das festas é gestão incauta.
Ranking do novo vício
Monty Python's Flying Circus - Não tive oportunidade de ver, mas o youtube e um amigo meu que é fanático e me passou links fizeram fã.
Sim, Sr Ministro e Sim, Sr Primeiro Ministro - Há muito muito tempo, na RTP2, e era muito bom. A série que mais que política, era um entendimento político.
O Tal Canal - Só não é a melhor série portuguesa de sempre porque...
Herman Enciclopédia - O Herman depois fez esta.
Os Contemporâneos - Gosto disto à brava...
American Dad - A série animada para conservadores e texanos não verem.
Family Guy - O Non Sense é aqui, ás vezes cansa-me, mas é incontornável.
Dragon Ball - A minha infância é pedir à minha mãe para me meter no horário da tarde na escola, acordar às 9:30, comer chocapic e às 10h ver o Dragon Ball. Ainda hoje não me arrependo disso.
The Simpsons - A minha série favorita.
Dr. House - Quando se faz de pai do Stuart Little ninguém espera que a seguir se faça um Dr. House. Hugh Laurie conseguiu-o e a série vale por isso. Pronto ok, pela Cuddy também.
Californication - Obrigado Mesquita. A começar a gostar...
Equador - Com toda a seriedade, até porque há tendência a aferir a qualidade desta série pelos seios supinos que se descobrem nela, é algo que não perco, e que a sair em DVD quererei comprar. Boa história, bom contexto, boa fotografia. Excelente o papel de Bernardo Valença. Como Portugal não mudou assim tanto, os Roceiros e o baixo funcionalismo público relatam assertivamente o nosso Portugal.
Futurama - Matt Groening passado dos carretos, e eu gosto.
Três notas: I-Nunca vi Blackadder ou Seinfield o que é gravissímo ao que consta, algo a recuperar nas férias... II-Sim, não meti Lost. Talvez por nunca ter visto o primeiro episódio, ou por achar francamente estúpido carregar num botão, ter flashbacks ou ir a fóruns saber que raio de estátua era aquela. III- estranha-me que por essa blogosfera não tenho visto ninguém a colocar Star Trek.
Fatal Error (mas só a brincar)
Sem que seja de cor
Veni, vidi, vici
O Barcelona ganhou. Com isso ganhou o 4-3-3, infeliz forma de dizer que ganhou o espectáculo. Uma equipa com muita cantera, raça, talento, um meio campo silencioso e imenso, um trio de ataque e um 10. Ganhou a tabelinha, o toque subtil, o drible sem movimento.
No meio de tudo isto o Barcelona ganhou. A partida, o título e uma forma de jogar futebol que em 2006 e 2009 foi fantástica. Parece que o Barcelona se tornou Messi(ânico) nessa forma de jogar bonito vencendo. Cruyff deve estar a chorar de comoção, e nós que nem somos do Barcelona, dormimos hoje futebolisticamente no repouso blaugrana.
Guardiola, ganha Campeonato, Taça e Champions. Ganha também o melhor do mundo no papel, no relvado já o era. Tudo na sua primeira época de treinador sénior.
Veni, Vidi, Vici, diz hoje no Olímpico de Roma Guardiola, ao Senado Romano do futebol.
Esplanada Cidadania Blog
Assim que possível, será publicado o programa 6, programa que passou no Sábado passado na Rádio Zero.
Um caso além Fronteiras
Já muito houvera sido dito pelos meus conhecidos e estimados da secção de "Folhas Amistosas". Agora o caso penetra na estratosférica vida das "Folhas Soltas" através da indicação dada no Jugular. Este blog de orientação política tão conhecida como o seu próprio nome vem aqui dizer o que entende, citando.
Posto que já quase tudo foi dito por todas as bandas, com opiniões mais ou menos radicais e exacerbadas, mas todas elas próprias, sinto-me incapaz de dizer algo de novo.
Pessoalmente isto não me choca muito. Apenas a comparação disfarçada entre bloggers e criminosos me melindra. Acho que o Presidente da Câmara não percebeu bem o púlpito onde estava e discursou sobre violência, o que é uma interpretação muito pessoal, particularmente quando nos debruçamos na violência não-física. Acima de tudo, confundiu gravemente as suas opiniões (retrógradas julgo eu), com o propósito da visita. Fê-lo com exagero e brusquidão, absorto no espírito da Decádence como eu tantas vezes gosto de observar. Não lhe ficou bem.
"O que um homem julga acerca de si próprio é o que determina ou, melhor dizendo, é o que marca o seu destino."
"Eis a vida, uma experiência que, em grande medida, não vivi."
"A maioria dos luxos e muitos dos chamados confortos da vida são não somente dispensáveis, como constituem um impedimento à elevação da humanidade."
"Todos os homens desejam, em vez de algo com que fazer, algo para fazer ou antes algo para ser."
"A falência e o repúdio são os trampolins onde boa parte da nossa civilização pula e dá saltos mortais, ao passo que o selvagem permanece imóvel na prancha inflexível da fome."
"É um erro supor que, num país onde existem as habituais evidências de civilização, a condição de um grande número de habitantes não está tão rebaixada como a dos selvagens."
"Os homens transformaram-se nos instrumentos dos seus próprios instrumentos."
"(...)vivemos esta vida miserável, porque (...) Julgamos que é o que aparenta ser."
Citações de Walden de Henry David Thoreau
"...e amava mais ternamente os cordeiros por amor ao Cordeiro, e as pombas por causa do Espírito Santo."
"Num dia de Verão resignou-se a fazê-lo e voaram borboletas do armário."
"Felicité chorou como não se choram os patrões. Aquilo de a Senhora morrer antes dela, isso, perturbava-lhe as ideias, parecia-lhe contrário à ordem natural das coisas, inadmissível e monstruoso."
"As ripas do telhado apodreciam; durante um Inverno inteiro o seu travesseiro esteve molhado. Depois da Páscoa, cuspiu sangue."
Citações de Um coração simples de Gustave Flaubert
O anacronismo político português
Ainda referente à minha exposição face às relações Media-Política, ou por outra, e para que não haja confusões, face ao impacto cruzado entre Media-Política, segue este texto. O que é necessário, antes de qualquer outra coisa é perceber o papel dos Media, mais até do que dos políticos pois esse, bem que está referenciado quer no acto quer na literatura como são os reverendos casos de Péricles, Cícero, Aristóteles, John Locke e outros mais.
Os Media são um aspecto fulcral da vida política democrática. Por isso estão constitucionalizados em todas as Democracias soberanas, por isso os seus direitos são brutalmente violados nas sociedades fascistas, totalitárias, desiguais e persecutórias.
Os Media têm uma ambivalência bem funesta no caso português. De um lado as benefícios incalculáveis da liberdade de imprensa, e do outro os prejuízos de uma liberdade usada com malícia. Esta ambivalência prende-se com o facto de sob ameaça à liberdade de imprensa, todas as atrocidades são permitidas e tidas como exemplo político. O problema político da imprensa é que o senso político português imprime libertinagem à imprensa, em busca de uma liberdade que mais não é que um arquétipo platónico. O que de mais tenebroso saiu da revolução de 74 foi a ideia de que o respeito é sinónimo de fascismo e prepotência. Ora, sendo a Democracia o sistema político do mais elevado respeito, aquela forma de respeito em que conscienciosamente respeitamos o próximo e a maioria, facilmente se prevê o impacto desta amputação de que a nossa Democracia padece. Este problema que é relevante em todas as áreas da política, ganha notoriedade nos Media.
Verifico, com os múltiplos casos que envolvem aspectos legais das figuras públicas, que os Media extrapolam a sua liberdade e avançam doentiamente para o campo legal. O julgamento na praça pública, bem como todo o seu patrocínio jornalístico e legal (leia-se especulação e quebra do segredo de justiça) devem ser veementemente condenados. A Democracia só sai a ganhar com o bom jornalismo, não com o jornalismo sanguinário, até porque as sangrias sempre foram o último recurso para o pobre esqueleto amortalhado.
Por fim, a actividade política nada tem feito para inverter a tendência perversa da má comunicação, do jornalismo a duas cores (rosa e negro), do jornalismo irresponsável e sem ética que medra na libertinagem supra referida. Sempre que penso em Sócrates e no caso Freeport, e penso poucas vezes, tudo me parece cólera. Cólera de quem julga e de quem inadvertidamente defende Sócrates em sedes pouco próprias.
No fundo, todos vítimas da cólera, não pensaram que nem Sócrates nem ninguém, culpado ou inocente, merece o tratamento jornalístico dado a este caso. No fundo, todos vítimas da cólera, não pensaram que com uma boa classe política, este jornalismo não existia em Portugal. No fundo, todos vítimas da cólera, vivemos num sistema político democrático e avançado, e num plano jornalístico sensório e antiquado. É este o anacronismo político português.
Da cidadania
Ao ler este texto, além de não me senti só no exemplo (que houvera lido no jornal da manhã), senti-me bem acompanhado na percepção deste fenómeno. Uma classe política que merece os Media que tem.
O Horizonte da Alma XVII
Agora a sério, ter dó é...
Ter dó é...
"Um dia de manhã, ao acordar dos seus sonhos inquietos, Gregor Samsa deu por si em cima da cama, transformado num insecto monstruoso."
"...Não será que, retirando daqui os móveis, lhe estamos a mostrar que já não temos qualquer esperança de melhoras e o entregamos irremediavelmente a si próprio."
"...era obrigação da família superar a sua relutância e ter paciência, apenas ter paciência."
"O que impedia a família de se mudar era sobretudo o seu total desespero e a ideia de que tinham sido atingidos por um golpe do destino..."
"Seria ele um bicho, quando a música o tocava assim?"
"A sua própria convicção de que deveria desaparecer era provavelmente ainda mais forte que a da irmã."
Citações de A Metamorfose de Franz Kafka
Melhor ir à volta
As particularidades deste bairro facilmente permitem dois tipos de abordagem, a metódica e a estereotipada. Ora metodicamente, o que se passa nesse e noutros bairros são um conjunto de inúmeras insuficiências de cariz educacional, social, económico e urbanístico. Ir à raiz destes problemas levaria a uma resolução, ou minoração, dos mesmos. Discutir a forma de intervenção é eminentemente uma visão de curto prazo, que castiga um Ministro da Administração Interna que, a ser exíguo na sua actuação, deveria ter sido criticado pela política anteriormente seguida. Convenhamos que poucos são os que percebem como se faz a actuação policial num cenário de guerrilha urbana e perder o nosso tempo nesse âmbito, ampliará uma sensação ingénua de repressão, majorando o problema.
Posto isto, partamos a fundo na análise do tecido social compósito destes nichos habitacionais. Falando nós de bairros sociais, esses majestáticos centros de acção social da “Esquerdalha”, falamos de locais de habitação onde se concentra população carenciada, muitas das vezes enredada no labiríntico abandono escolar precoce, sem percepção de futuro e motivada para o carreirismo criminal. Nesta equação é preciso perceber que o delito é a corolário óbvio, levando o ónus do crime ao seu autor, bem como aos responsáveis pela elaboração do modelo urbanístico do “Bairro Social”. É que mesmo aquele que, sendo cidadão exemplar, é despejado para um Bairro Social, acaba brutalmente impelido à vida do crime e da desordem. Neste caso, lembro-me da inocência com que uma criança nasce aleatoriamente num local ou noutro. O problema da marginalidade é recorrente e a frágil ideia de reintegração ou de segunda oportunidade, transformada em casa gratuita que as políticas torpes de Esquerda motivaram, só denota a incapacidade política de resolver o problema na justa medida do betão.
Desprovidos de educação familiar e escolar, tornam-se frequentes cópias dos pais. Tornam-se aquilo que a mediocridade política julgava extinguir pelo gueto mas que apenas multiplicou. Como qualquer alfobre patológico, a atrofia social que aqui se cria cresce na exclusão, proporcionando o desemprego, o afogo económico e a consequente revolta, mais visível em tempos de crise económica.
Exploradas as insuficiências procuremos as iniludíveis causas. Façamo-lo na justeza que impele à resolução do problema e sem a caça às bruxas que atordoa a razão. Aqui participo da opinião de Vasco Polido Valente. A falência moral e o desprimor político de uma sociedade fortemente desigual reveste de razão a revolta. Chego até a pensar, não fosse o protesto desordeiro, na evidente justeza da causa. Tudo acompanhado por sucessivos governos que desprezam a luta contra a desigualdade, arrebatam munícipes com bonitos bairros sociais e limitam a discussão à questão da emigração. Tudo o que os sucessivos governos fazem, passa ao lado desta gente mortificada de miséria e envaidecida no crime.
Por isso impõem-se, mais do que um potente aparato policial, impõem-se um Fontes Pereira de Melo ou um Marquês de Pombal. Impõem-se um político pensante, estratega e com tempo para desenvolver um projecto de integração, incentivo, igualdade e luta séria contra a criminalidade. Para que não se oiça: "Filho, não passes por aí, vai à volta."
Ainda Voltaire
A Lei Natural em contraponto com a Lei Positiva.
Sendo a Lei Natural mais própria ao instinto, carecerá o Homem de Lei Positiva? Carece na circunstância de que é um ser social. Social no seu complexo de razão e sentido, mais do que no âmbito da sobrevivência. É que porquanto que o Homem solitário sobreviveria no limiar, ainda assim perderia a humanidade que há em si, por esta ser própria do contacto. Aqui entra a Lei Positiva, forma de o Homem se auto-regular, de acordo com as suas necessidades sociais. A Lei Positiva parece-me em última análise, a resposta adequada para o Homem se assumir na sua forma social, e como tal, na sua forma superior. A Lei Positiva acaba por impedir segundo o meu entendimento de Voltaire, a negação do primado da Lei Natural que consagraria a Desordem Natural.
A Corte de Versalhes e o Clero Vs O Estado e os Lóbis.
Parece-me uma comparação eminente. Na verdade, a forma de corte descrita por Voltaire assemelha-se à situação actual naquilo de que imutável é feito o poder: o espírito dos Homens que o ocupam. Por isso, a vilania dos políticos será sempre a abjecção do Estado, a ode da guerra e da fome e o triunfo da injustiça. Em contraponto, o bem no bom posto (porque o cargo político é intrinsecamente bom por aquilo que pode fazer pelos terceiros) será a reprodução de Paidéia da Grécia Antiga e a formação de Guardiões como preconiza Platão em A Republica, a mais magistral lição não de política mas de formação política que até hoje li.
O Constrangimento Social no processo intelectual.
É inegável que aprendemos para saber, bem como é irrefutável que o saber é vantajoso perante a ignorância. Uma questão que sendo paralela passa frequentemente à margem destas evidências é que o saber como fonte de Verdade, é perturbado por constantes constrangimentos de ordem social, que na sua ausência levariam a um mais evidente escrutínio da Verdade. Note-se que o Ingénuo que Voltaire monta, é não mais que um inculto, que posto em contacto com o mundo livresco, facilmente ultrapassa os cultos franceses. Este salto qualitativo dá-se pela ausência de preconceitos, modas, tendências, gostos ou estereótipos na educação infantil, e consequentemente na área ininteligível da mente. O Ingénuo era um ser aberto à Verdade porque foi privado do constrangimento social.